Amamentar é preciso

Peito dolorido, leite vazando e os palpiteiros de plantão dizendo que o bebê está chorando de fome. Isso sem falar no cansaço por ter de acordar de madrugada. Amamentar não é tão natural – ou instintivo – quanto parece. Mas a boa notícia é que os problemas fisiológicos (como o mamilo invertido) que possam atrapalhar o aleitamento são raros, ou seja, a maior parte das mulheres está apta a ao aleitamento. Então, por que apenas 41% das crianças brasileiras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são amamentadas nos primeiros seis meses de vida? “A principal dificuldade é a pega (a maneira como a criança abocanha o seio da mãe) de maneira correta”, afirma Luciano Borges, pediatra do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Isso porque, de acordo com o especialista, se o bebê não sugar corretamente, pode machucar a mama e/ou mamar pouco. Além de sentir dor (ou até mesmo ter uma inflamação por causa de uma fissura no seio), a mulher começa a achar que seu leite é insuficiente ou, pior, que ele é fraco. Outra consequência da pega incorreta é o bebê engordar menos do que o esperado, por não estar mamando o quanto deveria. E aí, quem é que vai ter coragem de dizer não ao pediatra, se ele sugerir o complemento com fórmula infantil? Calma! Veja, a seguir, dicas para você aprender a amamentar (isso mesmo) e enfrentar as dificuldades que vão surgir.


Como preparar (e cuidar) dos seios

Por causa dos hormônios, a pele dos mamilos sofre mudanças já na gravidez: eles ficam escuros e espessos. Ainda assim, vale a pena tomar sol na região para deixá-los mais resistentes. Passe hidratante apenas em volta das aréolas. Quando você já estiver amamentando, aproveite o efeito bactericida do leite e espalhe um pouco nos bicos, depois de cada mamada. Use absorventes de seio (e troque-os com frequência) para evitar que o sutiã fique úmido. Caso sinta os seios doloridos por causa do excesso de leite, você pode ordenhá-los manualmente ou com a ajuda de uma bomba ou extrator.


A tal da pega correta

Para sugar da maneira certa, o bebê tem de abocanhar toda a aréola (e não apenas o bico do seio). Dessa forma, o mamilo vai ficar próximo ao céu da boquinha dele. Os lábios da criança devem estar bem abertos, sendo que o inferior fica virado para fora, e o queixo encostado na pele da mãe. Se ela insistir em sugar apenas o bico, retire-o (coloque um dedo no canto da boca para “desprendê-la”) e comece de novo. Outra técnica eficaz é segurar a mama com a mão em forma de concha (faça um “C” ao redor da aréola) enquanto o seu filho está mamando.


Se rachar…

Caso note alguma fissura, converse com o médico. Ele pode indicar o uso de pomadas específicas ou apenas orientá-la a mudar de posição, de modo que a boca do bebê não toque na rachadura. “Mas na impossibilidade de amamentar a criança por alguns dias, o leite deve ser dado em um copinho e jamais na mamadeira”, alerta Borges, da SBP. Isso porque ela é mais fácil de sugar e o bebê pode recusar o peito, uma vez que se acostume com o acessório.


Onde amamentar

Já que o lado emocional tem tanta influência, principalmente no início, amamente em um local tranquilo. O ideal é uma cadeira ou poltrona, com apoio para os braços da mãe. A almofada de amamentação também é útil, mas você substituí-la por um travesseiro.


Conselho? Não, obrigada

Cerveja preta, canjica, água para matar a sede do bebê. Todo mundo tem uma dica imbatível sobre amamentação e muitas vezes elas são apenas mitos (como no caso das três que citamos) e só nos deixam mais inseguras. Acontece que o estresse pode influenciar na produção de leite, por isso, tente manter a calma. O apoio do companheiro e da família é fundamental: converse com eles e veja como podem ajudar. Seja trocando a fralda do bebê depois da mamada ou levando-o até você durante a madrugada. Lembre-se de que o primeiro mês de amamentação é crucial. Passado esse período de adaptação, tudo vai ficar mais fácil.

Fonte: Natura

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